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Chainalysis expõe o tráfico humano e o nexo de fraudes no Sudeste Asiático

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Chainalysis revela o entrelaçamento do tráfico humano com fraudes criptográficas no Sudeste Asiático, destacando a urgência de combater esses crimes da era digital.

A empresa de análise de blockchain Chainalysis destacou o nexo sombrio entre criptomoeda e tráfico humano no Sudeste Asiático por meio de sua análise recente. Num relatório abrangente, a Chainalysis detalha como os gangues fraudulentos de “abate de porcos” operam em regiões sem lei, explorando tanto vítimas de fraudes românticas como indivíduos traficados forçados a perpetrar estes crimes.

O relatório, intitulado “A pegada na cadeia dos compostos de 'abate de porcos' do Sudeste Asiático: tráfico humano, resgates e centenas de milhões enganados”, fornece uma visão aprofundada das operações dessas organizações criminosas. Ele enfatiza os impressionantes US$ 700 milhões perdidos em golpes românticos em 2022, de acordo com o relatório IC3 do FBI, e quase US$ 2.5 bilhões perdidos em vários tipos de golpes de investimento em criptografia.

Estas fraudes de “abate de porcos”, um termo derivado da tática de “engordar” as vítimas antes de extrair fraudulentamente os seus fundos, muitas vezes começam com aberturas românticas nas redes sociais ou mensagens de texto. As vítimas são atraídas com a promessa de amor ou companheirismo e acabam por ser persuadidas a investir em esquemas fraudulentos. As fraudes não são apenas uma ameaça à segurança financeira, mas também representam um problema significativo de direitos humanos. Muitos dos operadores fraudulentos são eles próprios vítimas, traficados e forçados a trabalhar em condições desumanas em grandes complexos, como o infame KK Park, em Myawaddy, Myanmar.

A análise da Chainalysis lança luz sobre a complexa rede de transações que ligam pagamentos de resgate de indivíduos traficados aos rendimentos de fraudes românticas. O relatório inclui um estudo de caso do KK Park, revelando como dois endereços de resgate estão conectados a carteiras fraudulentas conhecidas, indicando a escala das operações dentro desses compostos.

A comunidade das criptomoedas está a responder à crise, com intervenções significativas de organizações como Tether e OKX, que ajudaram no congelamento de bens ligados ao tráfico de seres humanos. Além disso, uma colaboração entre o Departamento de Justiça dos EUA e estas plataformas de criptomoeda levou a uma apreensão substancial de bens ligados a estes crimes.

Os esforços para desmantelar estas operações estão em curso, com as agências responsáveis ​​pela aplicação da lei em todo o mundo a intensificarem os seus esforços. No final de 2023, uma operação da Interpol liderada pela Coreia do Sul resultou na prisão de 3,500 criminosos cibernéticos e no confisco de 300 milhões de dólares em bens, incluindo uma quantia substancial em criptomoedas.

A Chainalysis apela a uma maior vigilância no setor das criptomoedas, instando as empresas a serem proativas na identificação e denúncia de atividades suspeitas às autoridades. A intersecção entre criptomoeda e crime elucida a necessidade de regulamentação e cooperação robustas entre empresas de blockchain, instituições financeiras e agências de aplicação da lei.

Fonte da imagem: Shutterstock

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